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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sinto Falta...

Cada dia mais tenho sentido falta das vozes das pessoas, das expressões, do toque, dos cheiros, enfim, do contato entre nós. É comum trocarmos e-mails, recados no Orkut, Facebook e outras redes sociais, falarmos ao celular, mandarmos SMS (ou torpedos, como queiram), mas tem se tornado raro um encontro casual de amigos para bater um bom papo.

Eu sou um adepto destas tecnologias. Mantenho contato com muitos amigos lendo os recados deixados por eles no Orkut pela minha caixa de e-mail, já que o acesso ao site é bloqueado na maioria das empresas, e respondo por torpedos no celular, sei que este será lido antes do e-mail, misturado a outras dezenas. E acho que por isso é que sinto tanta falta. Apesar das facilidades que elas me proporcionam, como pagar contas, fazer compras, conhecer produtos, obter informações, ainda assim sou um ser sociável afastado das outras pessoas, não apenas por meu comportamento, mas pelo comportamento coletivo.

A correria do dia faz as pessoas fugirem para suas casas, querendo passar o mínimo de tempo exposto à sociedade. Preferem o conforto de seus lares, a solidão física e a companhia virtual ao contato tête-à-tête.

Lembro-me quando os programas de mensagens instantâneas serviam para marcarmos encontros reais, hoje, quando nos encontramos pessoalmente, marcamos encontros virtuais. Uma inversão nos papéis. Podemos atribuir inúmeros fatores: medo da violência, o conforto, o estresse...

Hoje teclo (palavra nova que eu já adotei, falta o Aurélio adotá-la) com pessoas que nunca ouvi a voz, só as conheço no mundo virtual. Teclo, também, com muitos amigos reais. Destes, alguns são mais amigos virtuais que reais. Conversamos durante horas, cada um no seu refúgio, confortável numa cadeira reclinável, suco de laranja, ar-condicionado. Mas ao nos encontrarmos trocamos poucas palavras, sentados em bancos duros, sob sol escaldante, torcendo para encontrar um vendedor ambulante para comprar uma água. Acho que é isso, estamos nos afastando porque existem poucos ambulantes. Nova teoria, e assim como as outras, não explica nada.

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