Cada dia mais tenho sentido falta das vozes das pessoas, das expressões, do toque, dos cheiros, enfim, do contato entre nós. É comum trocarmos e-mails, recados no Orkut, Facebook e outras redes sociais, falarmos ao celular, mandarmos SMS (ou torpedos, como queiram), mas tem se tornado raro um encontro casual de amigos para bater um bom papo.
Eu sou um adepto destas tecnologias. Mantenho contato com muitos amigos lendo os recados deixados por eles no Orkut pela minha caixa de e-mail, já que o acesso ao site é bloqueado na maioria das empresas, e respondo por torpedos no celular, sei que este será lido antes do e-mail, misturado a outras dezenas. E acho que por isso é que sinto tanta falta. Apesar das facilidades que elas me proporcionam, como pagar contas, fazer compras, conhecer produtos, obter informações, ainda assim sou um ser sociável afastado das outras pessoas, não apenas por meu comportamento, mas pelo comportamento coletivo.
A correria do dia faz as pessoas fugirem para suas casas, querendo passar o mínimo de tempo exposto à sociedade. Preferem o conforto de seus lares, a solidão física e a companhia virtual ao contato tête-à-tête.
Lembro-me quando os programas de mensagens instantâneas serviam para marcarmos encontros reais, hoje, quando nos encontramos pessoalmente, marcamos encontros virtuais. Uma inversão nos papéis. Podemos atribuir inúmeros fatores: medo da violência, o conforto, o estresse...
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