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terça-feira, 12 de março de 2013

A Ruptura




Cada um de nós passa por diversos momentos de ruptura ao longo da vida... O primeiro deles é nascer... ou até antes, sair em disparada, contra milhões de concorrentes rumo a um lugar que nem sabíamos qual seria. Rompemos o óvulo, rompemos a placenta, rompemos a mamadeira, rompemos as fraldas. Alguns param por aí, e, a partir daí, vão caminhando tão vagarosamente que chegam aos 40 anos como se tivessem 15 – ao menos na cabeça.
Os outros 90 e tantos por cento continuam rompendo. Rompem de tudo. Na infância, rompemos as crenças, rompemos a espera do Papai Noel, do Coelhinho da Páscoa, da Fada do Dente, dos desenhos animados, dos heróis... Essa ruptura, pra mim, é a mais difícil... Entender que não existem heróis, que somos todos incapazes de salvarmos o mundo, que a vida de todos não depende da nossa.
Aprendemos, então, o tamanho da nossa insignificância. Da nossa irrelevância para o que acontece. II Guerra Mundial, você nem existia. Atentados de 11 de setembro, você não tem nada com isso. Naufrágio do Titanic, então, mal se lembra do Leonardo di Caprio morrendo no filme. Nada depende ou dependeu de nós.
Mais uma ruptura, a ruptura de nós mesmos. Nós nos apegamos, sofremos, queremos, choramos. Acreditamos que nossas uniões são pra sempre, são inquebráveis.
Mas o passar do tempo nos mostra o contrário, nos mostra que essa ruptura é o que nos liberta. Se rompemos é porque nos prende, se rompe é porque estava no limite, se romperá é porque alcançará seu ápice.
O elástico só se rompe em duas situações, ou por fadiga ou por excesso. Nunca rompe na normalidade. Um relacionamento só se rompe em duas situações, ou por fadiga ou por excesso. E pode ser excesso de amor. Pode ser excesso de ciúmes. Pode ser excesso de sexo. Tudo em excesso rompe.
Bem-aventurados os que rompem e conseguem prosseguir de cabeça erguida. Que sobre a garoa gelada da tristeza, erguem a cabeça, sabendo que a ruptura, além da frustração de um fim, traz uma nova liberdade. Levante a cabeça, busque encarar a ruptura como uma nova liberdade sempre. 

4 comentários:

  1. "O elástico só se rompe em duas situações, ou por fadiga ou por excesso. Nunca rompe na normalidade. Um relacionamento só se rompe em duas situações, ou por fadiga ou por excesso. E pode ser excesso de amor. Pode ser excesso de ciúmes. Pode ser excesso de sexo. Tudo em excesso rompe."

    Genial. Parabéns pela dolorida, mas sábia conclusão! :)

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    1. Obrigado, Ká! Receber elogios de quem somos fã é muito bom!! Beijo grande!

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  2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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    1. Obrigado, Osmar! Não sei porque mas sei comentário sumiu, mas eu o li e agradeço demais o apoio e a visita! Volte mais vezes! Abraço!

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