Já falei aqui neste blog sobre a dicotomia criada e
incentivada ao longo do tempo – desde a idade média, no mínimo – entre BEM e
MAL, entre SIM e NÃO, como se fossem dois lados de uma moeda na qual cada hora
uma face está para o alto. (Veja o texto completo aqui)
Volto a tocar nesse assunto, sob outro aspecto: O peso do
CERTO (???) em relação ao ERRADO (???).
Já enchi de interrogações porque podemos filosofar
interminavelmente sobre o conceito de certo e errado, mas não é essa a
intenção. Vou usar estas palavras no seu sentido mais simples. CERTO e ERRADO a
partir do seu próprio ponto de vista, independentemente de ser certo ou não
para outra pessoa. Leia este texto pensando nos seus próprios valores. (como naquela brincadeira do: “Pense em um número!”, ao final, chegaremos ao 8, de
qualquer maneira)
Quantas vezes alguém te fez uma coisa boa e você nem
reparou, não agradeceu, achou normal e seguiu adiante? E quantas vezes alguém
errou (lembre-se de como você tem que pensar) com você e sua reação foi brigar,
tirar satisfação, terminar um relacionamento, uma amizade ou o que quer que
seja?
Atualmente, valoriza-se demais o erro, o mal, o mau.
Fazer o bem, o certo, o bom tornou-se descartável, como se fosse obrigação.
Pode haver 36 acertos, mas se houver 1 erro, pronto, tudo corre o sério risco
de ir por água abaixo.
Injusto, né? Até porque, lembre-se, o ERRO em questão é sob
o SEU ponto de vista. Você usa seus próprios valores pra julgar a ação de outra
pessoa, o julga, define que é errado e o condena. Simples e rápido como uma
tacada de bilhar.
Não que devamos banalizar os erros e os pedidos de
desculpas. Longe disso. Cada pedido de desculpa carrega em si um arrependimento
(que deve ser verdadeiro) e o comprometimento em mudar a atitude. Um pedido de
desculpas só vale se resultar em ação, se resultar em concordância com o
julgamento sumário pré-realizado por um das partes.
Dizem que perdoar é divino. Pedir perdão, de verdade, também
o é. É reconhecer seu erro, admitir uma falha, mas ter a grandeza de buscar
mudar, melhorar.
O perdoar é reconhecer esta disposição do outro, lembrar-se
de seus defeitos e erros tantas vezes perdoados, é deixar renascer tudo aquilo
de bom que sustentava a relação.
Num mundo onde TODOS erram e acertam, a balança devia ser
mais equilibrada. Isso melhoraria muita coisa.
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